domingo, 28 de junho de 2009

Viva o Brasil, Salve a Seleção!



Zuzu Angel, de Sergio Rezende (em preto e branco) e Verônica, de Maurício Farias


Apesar de nos últimos dias meu mundinho interior estar pedindo tanta atenção, paciência e, conscientemente, estar a querer mimos, resolvi falar de nossa Pindorama. Isso se deve ao fato de levar um choque elétrico na sexta-feira e 4 tiros a bala agora a pouco - me refiro, respectivamente, aos filmes Zuzu Angel (de Sérgio Rezende) e Verônica (de Maurício Farias), ambos nacionais e, contraditoriamente, não pindorâmicos.


Mas peraí, que história é essa de filmes e de Pindorama? Esqueça os filmes e as reflexões e o adjetivo tão pejorativo ao nosso Brasil... Afinal, pra que isso se hoje nossa pátria ganhou na pelada de novo? Enfatizo - de novo - uhul, VIVA O BRASIL, SALVE A SELEÇÃO. Dentro desse contexto, tão contente com a cervejinha e os golaços, não interpretamos de outra maneira a frase tão ufanista: Viva (viver) o brasil, salve a Seleção (nós). E é brasil assim mesmo, de letra minúscula, fazendo o substantivo ficar comum, tão comum quanto a violência, quanto a vergonha.

Há pequenos 24 anos tornamo-nos democratizados (?). Antes disso, a ditadura militar assolava o Brasil. Assolava, pisava, reprimia, chutava, dava choques, matava, estuprava, escondia, perseguia, fazia derramar lágrimas. Apesar disso tudo, quando fomos democratizados (é, eu não estou brincando, a palavra é essa mesmo)tudo foi esquecido, colocado por debaixo dos panos, "anistisiado" (é, vocês entendem?) e, confesso, fui saber da existência de ditadura militar ano passado. (Meu Deus, na escola tudo é muito lindo, mas quando o amigo aqui abaixo aperta - para prestar um vestibular, até alienada deixo de ser.) E, por arte ou denúncia maior, o filme Zuzu Angel, mexendo com os sentimentos de mães e filhos, faz refletir - baseado em história real - toda essa fase de repressão que nossa Pindorama sofreu e ainda sofre as consequências desse obscurantismo, dessa impunidade. Zuzu perde o filho - que era militante estudantil e contra a ditadura - quando ele foi preso pelo regime, torturado até a morte e dito, pelos nossos comandantes, que ele nunca existira, que a mãe está enganada. Mexeu comigo e deveria mexer com todos que aqui vivem.

Após esse paulaço na cabeça, um pouco de gás nas narinas e choques até a morte, assisti hoje Verônica, também bastante crítico. O engraçado, é que enxergo a mesma coisa - impunidade. O lugar central é o mesmo: Rio de Janeiro, lugar do Cristo, do Pão de Açúcar, de Copacabana e de mulheres bonitas... BRASIL. Depois de tanta repressão há 24 anos atrás pelo governo, hoje indiretamente eles continuam: nossos comandantes e protetores estão contra nós, contra a nação. O tráfico assolando, matando, perseguindo... já não falei disso tudo? E a polícia, muitas vezes, junto, fazendo o mesmo e colocando pra debaixo dos panos. E mais uma vez, não sabemos em quem agarrar e para quem pedir proteção.

Até quando esse pensamento de que Brasil é brasil, é assim mesmo, "que horror!"?















Tá tudo bem, vamos ler, dar uma refletida, "é brabo" mesmo..., mas peraí, peraí... Tá saindo um golaço! Vem cá, nega veia, traz a cerveja OLHA FILHO, OLHA AÍ! ESSE É O MEU BRASIL, MAIS UM GOL! MATOU OS STATES!!!!! QUE BRASILZÃO!!!

VIVA O BRASIL, SALVE A SELEÇÃO!!

2 comentários:

Ivana Salies disse...

Bem colocadas as tuas reflexões Jéssyca. Me inspira contentamento ao ver que buscas uma maneira de encontrar respostas para tuas próprias descobertas. Continua escrevendo! Beijão.

Wagner Passos disse...

Opaaaaaaaaaa... bacana. Mas tu é uma colunista de mão cheia. Vai deixar Martha Medeiros no chinelo. Sou mais em destituir o Moacyr Scliar.
Pois é, só o tempo nos dá respostas a uma série de perguntas. É interessante ver como tudo economia, política, religião, ciência, de alguma forma se interligam, se cruzam, e aí consegue-se algumas respostas de Porquês de forma bem simples até. Ao mesmo tempo que o mundo tá perdido, nós pessoas individuais, somos a salvação... é a velha historinha do feicho de junco. Um junco tu quebra, agora um feicho de junco, nem a pau.