quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Querida Allie





Não sei mais o que dizer exceto que não pude dormir na noite passada porque sabia que tudo acabou entre nós. É um sentimento diferente para mim, algo que nunca esperei mas,olhando para trás, suponho que não poderia ter acabado de outra maneira. Tu e eu éramos diferentes. Viemos de mundos diferentes e, no entanto, foste tu que me ensinou o valor do amor. Mostraste-me o que era gostar de outra pessoa e sou um homem melhor por causa disso. Quero que nunca o esqueças.

Não me sinto amargo pelo que aconteceu. Pelo contrário. Estou seguro do que o que nós tivemos foi real, e fico feliz por nos ser possível estar juntos mesmo por um breve período de tempo. E se, em algum lugar distante do futuro, nos virmos um ao outro nas nossas vidas, sorrirei para ti com alegria, e recordarei como passámos um verão debaixo das árvores, aprendendo um com o outro e crescendo em amor. E talvez por um breve momento, tu também o sintas, e sorrias também, e saboreies as memórias que sempre partilharemos.

Amo-te, Allie.

Noah
E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos conversar,

dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno.

Queremos AMOR, todinho maiúsculo.

Queremos estar visceralmente apaixonados,

queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados,

queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo,

queremos sexo selvagem e diário,

queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.

Martha Medeiros - depois de tanto tempo, algo que me chamou a atenção :P

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sopro de primavera

"O perfume que andava com o vento pelo ar... Primavera soprando um caminho mais feliz."
Los Hermanos - Primavera






Primavera chegou e com ela toda a minha confusão. Cabeça em pandarecos e o coração sufocado com o travesseiro em poucas lágrimas.

Que rumo tomar... decisões, decisões... Tão difícil ser racional quando o que eu quero é extravasar ou cair de conchinha.


E agora, primavera?

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Mundo é um Moinho...

Ainda é cedo amor.
Mal começaste a conhecer a vida.
Já anuncias a hora da partida.
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar.
Presta atenção querida, embora eu saiba que estás resolvida.
Em cada esquina cai um pouco a tua vida.
Em pouco tempo não serás mais o que és.
Ouça-me bem amor.
Preste atenção, o mundo é um moinho.
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos.
Vai reduzir as ilusões a pó.
Preste atenção querida.
Em cada amor tu herdarás só o cinismo.
Quando notares estás à beira do abismo.
Abismo que cavaste com teus pés.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

28 de abril

Este friozinho delicioso está tentando trazer de volta aos meus dedos poucas palavras. Elas escaparam completamente e parece que foram embora com a minha meninice. Meu mate com erva cidreira está aqui saindo o vapor que me aquece nesta noite tão deliciosa. E eu com os meus desejos de amar, dançar e tomar um vinho meio seco até falar mais alto e ter vontade de chorar por lembranças bobas e tão profundas... Mas não só lembranças, por estes momentos tão lindos e tão novos que serão pra sempre como todas as minhas outras vidas acadêmicas.
Brighter Than Sunshine está tocando, pois estou ficando muito melosa. Como há muito tempo não acontece (ou nunca aconteceu), choro nestes filmezinhos de amor. Que ridíícula, Jéssyca, me digo. Mas acho delicioso. “A noite me pergunta e eu respondo: Carolina, só quero Carolina.” – palavras de um filme nacional, que vi ontem, acordada até altas horas... que bobinha, rolou lágrimas.
Vou curtir minha solidão aconchegante até às 3 da manhã além de ler um livrinho que está me incomodando... bendito Descartes.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Janeiro e Leite Derramado

Na velhice a gente dá para repetir casos antigos, porém jamais com a mesma precisão, porque cada lembrança já é um arremedo da lembrança anterior. A própria fisionomia de Matilde, um dia percebi que eu começava a esquecê-la, e era como se ela me largasse novamente. Era uma agonia, mais eu a puxava pela memória, mais sua imagem se desfiava. Restavam dela umas cores, um ou outro lampejo, uma lembrança fluida, meu pensamento em Matilde tinha formas vagas, era pensar num país e não numa cidade. Era pensar no tom da sua pele, tentar aplicá-lo em outras mulheres, mas com o tempo também fui esquecendo meus desejos, cansei das revistas ilustradas, perdi a noção de um corpo de mulher. [...] já não rolava durante o sono para acordar no lado direito da cama, onde o colchão permanecia côncavo dela. [...] Mesmo vivendo em habitação de um só compartimento, num endereço de gente declassificada, na rua mais barulhenta de uma cidade-dormitório [...] em momento algum perdi a linha. Usava pijamas sedosos com o monograma do meu pai, e não dispensava um roupão de veludo para caminhar até o alpendre no quintal, onde fazia minha higiene num banheiro com paredes chapiscadas e chão de cimento. [...] E foi nessas circunstâncias que tive uma tardia e talvez derradeira visão de Matilde, à maneira de uma visita da saúde. Debaixo de um filete de água, eu me transportava ao nosso banheiro do chalé, sonhava com seu chuveiro copioso. Diante de uma parede sem emboço, eu sonhava com cavalos-marinhos nos azulejos, com as louças inglesas do nosso antigo banheiro, quando sem esforço algum me aconteceu de relembrar Matilde da cabeça aos pés. Ela me figurou com seu corpo de dezessete anos sob o jorro de água quente, puxava os cabelos para trás e apertava os olhos, para não entrar sabão. Recordei-a envolta no vapos, já me escancarando os olhos negros, recordei seu sorriso preso nos lábios, seu jeito de encolher os ombros e me chamar com o dedo indicador, e cheguei a crer que ela me chamava para o outro mundo. Recordei seu movimento de corpo, ao se encostar nos cavalos-marinhos da parede, o sutil balanceio dos seus quadris, e de repente me senti dotado de uma força que fazia anos já não tinha.

Chico Buarque em Leite Derramado







Solidão, desejos ainda não concretos, expectativas... O que tem aqui dentro eu não sei, mas Janeiro está, de alguma forma, me deixando perder a razão em várias estradas que não reconheço.
O que eu quero agora?

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Já escuto o barulho de alguns foguetes despedindo-se de 2009.
Ano emocionante, com dores, sim, mas como consequência veio muito aprendizado. Mudei conceitos, acrescentei outros e conheci 5 pessoas que me enchem o coração de mais amor!
Neste fim de ano, estou positiva. Cheia de expectativas como nunca estive em alguma virada de ano, porque, além de todas as realizações de 2009, sei que muitas descobertas virão!
Paro pra refletir em pessoas que não vi mais e, infelizmente, perdi o contato. Ficaram na década de 90, ou mesmo na década 00, mas em 2010 jamais estarão de volta.

Mesmo assim, só tenho a agradecer a Deus, a Vida, a tudo. Agradeço a quem for preciso, a vida não poderia ter sido melhor!

Hoje, como sempre, falei em 1º pessoa. Tava com saudade de escrever alguma coisa e tô mega enferrujada.



Mas na 3º, alerto para o trânsito! São tantas mortes, dores, sofrimentos, perdas que isso precisa ter fim!
PARA 2010 SÓ TENHO UM PEDIDO: SAÚDE A TODOS NÓS E PAZ NO TRÂNSITO!