
A noite estava extremamente gostosa. O dia havia sido quente, e naquele momento era fresco e calmo, sem os fortes raios de sol torrando meus miolos e amolecendo o meu sangue, igualmente como os cálculos do inferno a que eu era submetida. Eu gostava da noite e em várias eu queria sair e ratear por aí, sentir o frescor e o calor da noite, beber, falar sem parar e rir, anestesiando o que em mim reprimia alguns sentidos, e avassalava tantos outros angustiantes.
Mas aquela era eu, um eu que naquela noite estava olhando para a rua onde tinha crescido, um eu que sempre se perguntava o que havia se tornado, um eu que sempre perguntava o que iria se tornar. Quem eu era afinal e quais eram os meus verdadeiros desejos, eu nunca soube responder.
Sempre quis muito algo, mas sempre desejei outra coisa também. Desejo de ser e ser. Mas o que eu queria realmente era SER, ser algo que para o meu eu fosse Ser de verdade...
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